terça-feira, 6 de maio de 2008

AFRODITE: a leitura de uma deusa impossível

Afrodite é a imagem recorrente no imaginário dos homens, na idéia infantil de amor de todos nós, porque ela é bela, porque ela é sedutora, a que beija os lábios do filho com os lábios entreabertos, e que deixa, portanto, o fio tênue do amor escorrer pela maciez do carinho de mãe.

Mas não só por isso. Afrodite é mulher. Mais. É Deusa – mais – do amor. Muito mais. É a figura máxima do prazer, do belo incrustado no desejo, do amor de carne e alma. Afrodite é como o canto da Sereia. O irresistível.

Foi mulher de Efesto, o deus genial. Mas manco. Genial, mas feio. Gênio e corno. O deus das forjas, das correntes. Deus do fogo. Em latim, Vulcão. O deus que se acasala com Afrodite. Em latim, Vênus. Afrodite e Efesto: a primeira versão de a Bela e a Fera.

Ela teve vários amantes. Os mais célebres foram Ares e Hermes. Do primeiro, deixou como herança simbólica a relação entre as armas de Eros e a guerra, imagem mitológica do pequeno deus do amor, a travessura em forma divina.

Eros carregava uma aljava de flechas certeiras que faziam cair apaixonadamente os mortais alvejados. Até que um dia se feriu a ele mesmo e se partiu de amor por Psiquê.

Ainda com Ares, Afrodite deixou três filhos: Medo (Fobos), Terror (Deimos) e Harmonia.

Da relação com Hermes, ficou uma bela história de androginia. Da união dos dois nasceu um rapaz cuja beleza era superior à de Narciso, ou quase, chamado de Hermafrodito, que arrebatou o coração da ninfa Sálmacis.

Ao banhar-se na fonte onde habitava a ninfa, esta enlaçou o jovem tão tenazmente e pediu aos deuses que lhes concedessem união eterna tão fervorosamente que foi atendida. Da junção dos corpos surgiu um novo ser, de natureza dupla, a raison d'etre dos andróginos.

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