Olhando para a fotografia de Guillermo Cabrera Infante, colada na orelha de seu livro Havana para um infante defunto, vê-se um homem de olhar tímido, semblante de garoto introvertido que joga todas as cartas para si mesmo, como quem esconde o jogo da malícia de escritor.
Cabrera Infante escolheu bem seu pseudônimo. Seu nome de registro é Martinico Euleutério. À primeira vista, ele é o que parece ser, um menino desgarrado da mãe, chorão, pedindo colo. É assim seu semblante na fotografia, com um olhar mirando o chão. Na obra em questão, ele escreve: “É verdade que eu sempre parecia jovem demais para minha idade, quase menino”.
Havana para um infante defunto é um livro de memórias, mais precisamente uma obra confessional, autobiografia da iniciação sexual em que o autor retrata suas primeiras investidas no mundo do sexo. Vai da infância, quando a priminha fazia-lhe strip-tease, até a casa dos 30 anos, quando sua sexualidade se aflora e ele amadurece com três importantes mulheres em sua vida: Julieta, Dulce e Margarida.
À medida que ele vai narrando suas aventuras até chegar a essas tutoras, qualquer jovem leitor também pode aprender sobre literatura e sexo, dois fatores importantes numa consciência que se prepara para a vida.
Trata-se de um exercício iniciático fundamental. É sem dúvida uma dica para os que gostam de boa literatura, devendo apenas serem advertidos da paixão de Cabrera pelos trocadilhos, às vezes engraçados, às vezes tolos, e sempre carregados de citação erudita.
Na malha do texto bem costurado há uma paisagem composta pelo universo de pobreza do infante Cabrera na ilha caribenha, universo cheio de peripécias interiores, malabarismos infanto-juvenis realizados dentro da alma ao se mudar do interior, onde nascera em 1929, para Havana.
Cabrera escreveu essas memórias entre 1975 e 1978, quase chegando aos seus 50 anos. Era ainda um jovem senhor. Há uma razão forte para ele ter descrito esse rito de iniciação. Ao fazê-lo, já morava em Londres, exilado de sua terra natal após desentendimentos com Fidel Castro.
Cabrera Infante escolheu bem seu pseudônimo. Seu nome de registro é Martinico Euleutério. À primeira vista, ele é o que parece ser, um menino desgarrado da mãe, chorão, pedindo colo. É assim seu semblante na fotografia, com um olhar mirando o chão. Na obra em questão, ele escreve: “É verdade que eu sempre parecia jovem demais para minha idade, quase menino”.
Havana para um infante defunto é um livro de memórias, mais precisamente uma obra confessional, autobiografia da iniciação sexual em que o autor retrata suas primeiras investidas no mundo do sexo. Vai da infância, quando a priminha fazia-lhe strip-tease, até a casa dos 30 anos, quando sua sexualidade se aflora e ele amadurece com três importantes mulheres em sua vida: Julieta, Dulce e Margarida.
À medida que ele vai narrando suas aventuras até chegar a essas tutoras, qualquer jovem leitor também pode aprender sobre literatura e sexo, dois fatores importantes numa consciência que se prepara para a vida.
Trata-se de um exercício iniciático fundamental. É sem dúvida uma dica para os que gostam de boa literatura, devendo apenas serem advertidos da paixão de Cabrera pelos trocadilhos, às vezes engraçados, às vezes tolos, e sempre carregados de citação erudita.
Na malha do texto bem costurado há uma paisagem composta pelo universo de pobreza do infante Cabrera na ilha caribenha, universo cheio de peripécias interiores, malabarismos infanto-juvenis realizados dentro da alma ao se mudar do interior, onde nascera em 1929, para Havana.
Cabrera escreveu essas memórias entre 1975 e 1978, quase chegando aos seus 50 anos. Era ainda um jovem senhor. Há uma razão forte para ele ter descrito esse rito de iniciação. Ao fazê-lo, já morava em Londres, exilado de sua terra natal após desentendimentos com Fidel Castro.
Para Cabrera, esse período retratado é um divisor de águas, ainda que não o diga explicitamente. Ele morreu em fevereiro de 2005, aos 74 anos de idade, em Londres, cidade que o acolheu e deu-lhe o direito de remoer seu passado e escrever sua obra-prima Três tristes tigres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário