O escritor pernambucano Raimundo Carrero possui uma obra bastante considerável, entre romances, contos e crônicas e até um livro sobre a arte de escrever ficção (Os segredos da ficção). Sua oficina literária faz muito sucesso lá no Recife.
Seus títulos são ótimos, seu estilo, peculiar, mesmo porque, para ele, o estilo não está nunca no próprio autor, mas nos personagens, que estão sempre à beira da crise existencial e moral.
Soam intrigantemente singular seus títulos. Cito três: O delicado abismo da loucura, As sombrias ruínas da alma e Sombra severa. Mas quando se trata de singularidade na proposta estética, o romance Somos pedras que se consomem fica entre os melhores.
Trata-se de uma trama que se assemelha a uma sinfonia. E por tratar de assuntos tão terrenos, terrenos demais no campo da moral (toda ela), mais parece uma sinfonia na lama.
Com domínio absoluto da arte de narrar, Carrero faz o que quer com a história, levando-a para lá e para cá, aos quatro cantos da linguagem, dos experimentos narrativos, com a musicalidade de uma orquestra inteira.
A trama de Somos pedras que se consomem se faz no mundo aberto de três jovens loucos, formando um triângulo amoroso na capital pernambucana. O que vemos é um Recife carregado de promiscuidade e safadeza, fora do esquema burguês.
Dois rapazes e uma moça: Leonardo tinha um caso amoroso com a própria irmã, Ísis, que passou a se relacionar com o amigo do irmão, Siegfried, um sujeito que se dizia alemão.
História entrecortada por citações de todos os gêneros e graus: Sylvia Plath, John Updike, Norman Mailer, and so on. História marcada pelo abuso da morte, de ruminações políticas, injustiça social, sexo, sacanagem e poesia.
Seus títulos são ótimos, seu estilo, peculiar, mesmo porque, para ele, o estilo não está nunca no próprio autor, mas nos personagens, que estão sempre à beira da crise existencial e moral.
Soam intrigantemente singular seus títulos. Cito três: O delicado abismo da loucura, As sombrias ruínas da alma e Sombra severa. Mas quando se trata de singularidade na proposta estética, o romance Somos pedras que se consomem fica entre os melhores.
Trata-se de uma trama que se assemelha a uma sinfonia. E por tratar de assuntos tão terrenos, terrenos demais no campo da moral (toda ela), mais parece uma sinfonia na lama.
Com domínio absoluto da arte de narrar, Carrero faz o que quer com a história, levando-a para lá e para cá, aos quatro cantos da linguagem, dos experimentos narrativos, com a musicalidade de uma orquestra inteira.
A trama de Somos pedras que se consomem se faz no mundo aberto de três jovens loucos, formando um triângulo amoroso na capital pernambucana. O que vemos é um Recife carregado de promiscuidade e safadeza, fora do esquema burguês.
Dois rapazes e uma moça: Leonardo tinha um caso amoroso com a própria irmã, Ísis, que passou a se relacionar com o amigo do irmão, Siegfried, um sujeito que se dizia alemão.
História entrecortada por citações de todos os gêneros e graus: Sylvia Plath, John Updike, Norman Mailer, and so on. História marcada pelo abuso da morte, de ruminações políticas, injustiça social, sexo, sacanagem e poesia.
Somos pedras que se consomem mostra o mar de lama da vida, que é sempre bela como literatura. Desde que a literatura seja boa. E esta é, sim, o é, ah, se é.
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