O escritor argentino Tomás Eloy Martínez escreveu um texto sobre Rubem Fonseca em The New York Times, que foi replicado no Portal UOL, no dia 1º de abril.
A sensação que ele teve ao ler Fonseca pela primeira vez vale para muita gente, inclusive para mim. Os contos, e também os romances, do escritor carioca têm alguma coisa de canto da sereia.
Leiamos um trecho do que disse o argentino:
“Nunca esquecerei a primeira vez que o li, durante as últimas semanas de meu exílio em Caracas. Eu estava sentado a uma mesa junto da calçada, esperando um amigo. Como a espera se prolongava, atravessei até a livraria em frente em busca de algum texto para me entreter. Um dos vendedores me recomendou um volume de contos que, segundo ele, havia lido com a alma em suspenso, sem poder dormir.
Assim caiu em minhas mãos ‘Feliz Ano Novo’, na tradução espanhola de Pablo del Barco. Mal entrei na atmosfera trivial de ‘Passeio noturno, parte 1’, ouvi bater os tambores do inferno e nada mais foi igual para mim. Essas poucas páginas bastaram para que o universo de Fonseca me tatuasse a alma com a malignidade de uma flor carnívora.” (tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves)
A tatuagem em mim não funciona por muito tempo. Logo perde a tinta. No meu caso, não dá para repetir a leitura muitas vezes. Mas, devo admitir, sempre que pego algo de Rubem Fonseca para ler, e ainda não li toda a obra (nem sei se vou fazê-lo), não consigo parar. É uma droga perigosa (no bom sentido, e no mal também, na ambigüidade de quem lê Bataille, enfim).
A sensação que ele teve ao ler Fonseca pela primeira vez vale para muita gente, inclusive para mim. Os contos, e também os romances, do escritor carioca têm alguma coisa de canto da sereia.
Leiamos um trecho do que disse o argentino:
“Nunca esquecerei a primeira vez que o li, durante as últimas semanas de meu exílio em Caracas. Eu estava sentado a uma mesa junto da calçada, esperando um amigo. Como a espera se prolongava, atravessei até a livraria em frente em busca de algum texto para me entreter. Um dos vendedores me recomendou um volume de contos que, segundo ele, havia lido com a alma em suspenso, sem poder dormir.
Assim caiu em minhas mãos ‘Feliz Ano Novo’, na tradução espanhola de Pablo del Barco. Mal entrei na atmosfera trivial de ‘Passeio noturno, parte 1’, ouvi bater os tambores do inferno e nada mais foi igual para mim. Essas poucas páginas bastaram para que o universo de Fonseca me tatuasse a alma com a malignidade de uma flor carnívora.” (tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves)
A tatuagem em mim não funciona por muito tempo. Logo perde a tinta. No meu caso, não dá para repetir a leitura muitas vezes. Mas, devo admitir, sempre que pego algo de Rubem Fonseca para ler, e ainda não li toda a obra (nem sei se vou fazê-lo), não consigo parar. É uma droga perigosa (no bom sentido, e no mal também, na ambigüidade de quem lê Bataille, enfim).
O texto de Martínez na íntegra.
2 comentários:
Giba,gosto muito do Rubem Fonseca,esppecialmente dos contos e de"Vastas Emoções e pensamentos imperfeitos".
Lembre do post que eu falei sobre as cartas de Simone a Nelson Algren?Pois estou relendo o livro e vou falar dele sim.Sei lá,me sinto um pouco inseguro ainda para postar"críticas" na blogosfera.Na faculadade não tinha este problema.Mas aqui são cetenas,milhares? de leitores.estou me soltando aos poucos,afinal ainda estou meio que tateando,pois meu blog não tem três meses ainda.
A propósito,lembra que eu perguntei se você gostava de Bolaño?
Estou simplesmente"estarrecido",siderado com ele.Acho que recentemente só Sebald me causou esse efeito de deslumbramento.um abraço do amigo,james.
Oi, James! Crítica é juizo de valor, claro, que com critérios, e isso você tem. Já que você falou da insegurança, lembro aqui uma dica simples de Silviano Santiago: "Distinguir é a base da reflexão crítica."
Manda bala lá no post das cartas de Beauvoir. Estou sempre acessando seu blog também. Quando sair o post, conforme já falamos, vou comentar aqui, OK!
Grande abraço e obrigado pela consideração!
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