A Folha de S. Paulo publicou uma entrevista bem fraca com o escritor português António Lobo Antunes, sábado passado (18/04), com apenas nove perguntas simples, em conversa ao telefone. Mesmo raquítico, no entanto, é um papo de algum interesse.
Talvez o jornal esteja preparando um bom espaço para falar do autor de A ordem natural das coisas, como uma edição do Mais! ou três páginas na Ilustrada. Lobo Antunes vai participar da FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), que será realizada 1º e 5 de junho.
Na entrevista, ele disse que poderá se aposentar do ofício de escrever, depois de publicar seu próximo romance, o 21º, intitulado Que cavalos são aqueles, que fazem sombra no mar?, previsto para sair em outubro.
Veja quatro perguntas:
Folha de S. Paulo: Vir aqui ajuda a aproximar os leitores brasileiros de sua obra?
António Lobo Antunes: Não estou muito preocupado com a promoção da minha obra. Não sou caixeiro viajante, isso não me interessa. Quero ver os amigos que aí tenho, alguns familiares.
FSP: E depois de 20 livros há medo de começar a se repetir?
ALA: Claro que tenho medo. Não sei se tenho ainda muito ou pouco a criar, mas estava a pensar em fazer apenas mais um livro e depois calar-me. Não há nada mais terrível do que ver a decadência de um bom escritor. Olha os últimos romances do Faulkner ou os últimos contos de Hemingway.
FSP: E o livro que terminou há pouco? Há previsão de publicação?
ALA: Esse novo livro em outubro deve estar a sair aqui em Portugal. No Brasil não sei, não depende de mim. Escrevi esse livro por causa do título, algo que não costuma ocorrer. Eu estava ouvindo modas, que são canções de camponeses. Era uma moda do século 19, de camponeses analfabetos que nunca viram o mar. E seus dois primeiros versos são: "Que cavalos são aqueles/que fazem sombra no mar?" E esses dois versos ficaram em mim, impressionaram-me mesmo, foram o clique que fez o livro começar a sair. Achei esses versos espantosos e viraram o título.
FSP: De que trata esse livro?
ALA: Não gosto de falar dos livros, não é possível falar deles. Se pudesse resumir um livro em cinco minutos, para que escrevê-lo? O que me interessa é que as páginas sejam espelhos em que a gente se veja, é meter a vida inteira entre as capas de um livro.
Talvez o jornal esteja preparando um bom espaço para falar do autor de A ordem natural das coisas, como uma edição do Mais! ou três páginas na Ilustrada. Lobo Antunes vai participar da FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), que será realizada 1º e 5 de junho.
Na entrevista, ele disse que poderá se aposentar do ofício de escrever, depois de publicar seu próximo romance, o 21º, intitulado Que cavalos são aqueles, que fazem sombra no mar?, previsto para sair em outubro.
Veja quatro perguntas:
Folha de S. Paulo: Vir aqui ajuda a aproximar os leitores brasileiros de sua obra?
António Lobo Antunes: Não estou muito preocupado com a promoção da minha obra. Não sou caixeiro viajante, isso não me interessa. Quero ver os amigos que aí tenho, alguns familiares.
FSP: E depois de 20 livros há medo de começar a se repetir?
ALA: Claro que tenho medo. Não sei se tenho ainda muito ou pouco a criar, mas estava a pensar em fazer apenas mais um livro e depois calar-me. Não há nada mais terrível do que ver a decadência de um bom escritor. Olha os últimos romances do Faulkner ou os últimos contos de Hemingway.
FSP: E o livro que terminou há pouco? Há previsão de publicação?
ALA: Esse novo livro em outubro deve estar a sair aqui em Portugal. No Brasil não sei, não depende de mim. Escrevi esse livro por causa do título, algo que não costuma ocorrer. Eu estava ouvindo modas, que são canções de camponeses. Era uma moda do século 19, de camponeses analfabetos que nunca viram o mar. E seus dois primeiros versos são: "Que cavalos são aqueles/que fazem sombra no mar?" E esses dois versos ficaram em mim, impressionaram-me mesmo, foram o clique que fez o livro começar a sair. Achei esses versos espantosos e viraram o título.
FSP: De que trata esse livro?
ALA: Não gosto de falar dos livros, não é possível falar deles. Se pudesse resumir um livro em cinco minutos, para que escrevê-lo? O que me interessa é que as páginas sejam espelhos em que a gente se veja, é meter a vida inteira entre as capas de um livro.
OBS: Leia a entrevista completa aqui (tem de ser assinante do jornal).
4 comentários:
Olá,Giba.Que vergonha,nunca li Lobo Antunes!Vou correr atrás,é uma boa idéia.
A propósito,você poderia ler o texto que escrevi sobre Monteiro Lobato no minha literatura,e dar sua opinião?Aguardo.Obrigado e um abraço do james.
Lobo Antunes é muito bom, James. Vale a pena ler, sim.
Mudando de assunto, eu já tinha lido seu texto sobre Monteiro Lobato, mas não dei a opinião, é verdade. Vou dar um pulo lá de novo pra opinar.
Grande abraço!
vou te dar uns prêmios para promover sua obra, caxeiro viajante. assim que souber como. beijo
Laura, às vezes você fala tão enigmaticamente que eu não conseguiria entender ainda que fosse especialista em Simbolismo (rs).
Um beijo!
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