Sempre gostei muito de ler as resenhas mínimas de Inácio Araújo na seção de filmes na TV da Ilustrada (Folha de S. Paulo, que é basicamente o único jornal impresso que leio regularmente). Araújo tem umas tiradas ótimas, engraçadíssimas.
É como se ele se vingasse, e vinga-se, dessa tarefa de escrever sinopses de filmes, geralmente sofríveis, que passam na TV. Mas também não deixa de ser o seu playground. Em todo caso, como entende muito de cinema, seus comentários acabam sempre sendo aulas.
Por exemplo:
De Eu Sei que Vou Te Amar, do Arnaldo Jabor, ele diz:
“Um tanto de Nelson Rodrigues insere-se na pena do autor, que parece também um tanto tocada pelo espírito de um Tennessee Williams. Resumindo, não é lá essas coisas.”
Sobre Doze É Demais 2, com Steve Martin:
“Doze é demais? Quando se trata de uma comédia sem graça, dois também.”
Famoso pra Cachorro:
“Depois de meter seu dono em várias confusões, cãozinho simpático ganha papel em filme. Oh, cães! Eles não largam o pé.”
Nunca fale com estranhos:
“Com Antonio Banderas, Rebecca DeMornay, Dennis Miller. Psicóloga começa a namorar rapaz meio estranho. Depois, começa a receber ameaças de morte. Liga uma coisa a outra. Será Banderas, o namorado, um psicopata? E o cara que escreveu semelhante argumento, será também um psicopata ou apenas uma besta?”
Amnésia, um filme para se esquecer
Nesta segunda-feira, ele escreveu sobre Amnésia, e gostei do que li, porque quando vi o filme, em 2001, detestei e nem quis ler nada sobre. Muita gente gosta de Amnésia, chegando até a costurar argumentos inteligentes ao redor. Mas não consegui gostar do filme. Cheguei a dormir no meio da ‘desestória’.
Agora pude ler Araújo dizendo:
“2009 tem sido um ano tão pobre para o cinema que algumas das melhores alegrias podem ser negativas. ‘Ufa! Já vi o filme do Charlie Kaufman, não tenho que passar mais por isso’, dizia alguém há dias.
Mas aí, na televisão, entra ‘Amnésia’ legítimo produto da enganação que é o ‘filme inteligente americano’. No caso, estamos às voltas com um homem que só se lembra do que passou nos últimos dez segundos, não retém nenhuma informação recente, a não ser o que anota onde pode e o que fotografa. Só sabe que a mulher foi morta e que busca vingar-se.
É como se ele se vingasse, e vinga-se, dessa tarefa de escrever sinopses de filmes, geralmente sofríveis, que passam na TV. Mas também não deixa de ser o seu playground. Em todo caso, como entende muito de cinema, seus comentários acabam sempre sendo aulas.
Por exemplo:
De Eu Sei que Vou Te Amar, do Arnaldo Jabor, ele diz:
“Um tanto de Nelson Rodrigues insere-se na pena do autor, que parece também um tanto tocada pelo espírito de um Tennessee Williams. Resumindo, não é lá essas coisas.”
Sobre Doze É Demais 2, com Steve Martin:
“Doze é demais? Quando se trata de uma comédia sem graça, dois também.”
Famoso pra Cachorro:
“Depois de meter seu dono em várias confusões, cãozinho simpático ganha papel em filme. Oh, cães! Eles não largam o pé.”
Nunca fale com estranhos:
“Com Antonio Banderas, Rebecca DeMornay, Dennis Miller. Psicóloga começa a namorar rapaz meio estranho. Depois, começa a receber ameaças de morte. Liga uma coisa a outra. Será Banderas, o namorado, um psicopata? E o cara que escreveu semelhante argumento, será também um psicopata ou apenas uma besta?”
Amnésia, um filme para se esquecer
Nesta segunda-feira, ele escreveu sobre Amnésia, e gostei do que li, porque quando vi o filme, em 2001, detestei e nem quis ler nada sobre. Muita gente gosta de Amnésia, chegando até a costurar argumentos inteligentes ao redor. Mas não consegui gostar do filme. Cheguei a dormir no meio da ‘desestória’.
Agora pude ler Araújo dizendo:
“2009 tem sido um ano tão pobre para o cinema que algumas das melhores alegrias podem ser negativas. ‘Ufa! Já vi o filme do Charlie Kaufman, não tenho que passar mais por isso’, dizia alguém há dias.
Mas aí, na televisão, entra ‘Amnésia’ legítimo produto da enganação que é o ‘filme inteligente americano’. No caso, estamos às voltas com um homem que só se lembra do que passou nos últimos dez segundos, não retém nenhuma informação recente, a não ser o que anota onde pode e o que fotografa. Só sabe que a mulher foi morta e que busca vingar-se.
Em suma, trata-se de uma história simples de vingança, tipo ‘Desejo de Matar’. Apenas se complica um pouco para jogar poeira em nossos olhos.”
2 comentários:
Sempre gostei muito do Inácio Araújo,com sua crítica curta e certeira.Abraços,Giba.
É verdade, James, é uma crítica certeira. Eu me divirto muito.
Grande abraço!
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