terça-feira, 10 de março de 2009

POR TEU AMOR ME DÓI O AR, O CORAÇÃO E O CHAPÉU

María Luisa aos 15 anos: que trabalho custou a Lorca!

Essa bela moça, de olhar que escrutina algo a sua frente, chegando a trespassar o objeto mirado, foi o grande amor impossível da adolescência do poeta espanhol Federico Garcia Lorca. Ela se chamava María Luisa Natera e tinha 15 anos na época, e ele 18.

Embora fosse homossexual, havia mulheres na vida amorosa de Lorca, mas a história desse amor, especificamente, era desconhecida até agora. E quem a desvela é o espanista Ian Gibson, que acaba de lançar na Espanha uma nova biografia do poeta, Lorca y el mundo gay.

Talvez o que chama a atenção para esse fato sejam os inúmeros poemas de amor de Lorca que, certamente, não eram direcionados a homens. Muitos desses poemas foram escritos na juventude.

Entre eles há um que José Paulo Paes traduziu como poema infantil e está no livro, publicado pela Editora Ática, Os encontros de um caracol aventureiro e outros poemas.

Es verdad

"!Ay, qué trabajo me cuesta
quererte como te quiero!
Por tu amor me duele el aire,
el corazón
y el sombrero.

¿Quién me compraria a mi
este cintillo que tengo
y esta tristeza de hilo
blanco, para hacer pañuelos?

!Ay, qué trabajo me cuesta
quererte como te quiero!"


Não tenho o livro de Paes. Fico, portanto, devendo a tradução.

O texto dessa notícia está publicado no site de cultura do jornal espanhol El País. Leia.

Trecho:

"Com o tempo, o preto-e-branco das fotografias só deixa entrever a sombra de uma luz. A magnitude atraente no olhar um tanto esquivo. Mas essas imagens dão crédito a um verdadeiro mistério que hoje pode ser esclarecido. Aqueles olhos que Federico García Lorca não queria contemplar ('... pero que sin mirarlos dan la muerte / con el puñal azul de su recuerdo', conforme escreveu em Madrigal triste de ojos azules) não respondem a um mero tema poético, como muitos críticos pensavam. Têm nome e dona.”

4 comentários:

Diego Rezende Lima disse...

Obrigado pela pérola!!!

Gilberto G. Pereira disse...

Grande Diego! Eu é que agradeço pela visita.
Abç!
Gilberto

Lu Feijó disse...

Giba,

Assim que li seu artigo fui buscar meu livro do Lorca, mas não é o mesmo, foi traduzido pelo Afonso Félix de Sousa.
Conheci o poeta numa situação um tanto devastadora, ganhei alguns livros da mãe de uma amiga, quando ela veio a falecer... Deixei de canto por uns tempos. É um livro de sonetos, apaixonados!

Linkei seu blog lá no purpurina, tá?
Abração!

Gilberto G. Pereira disse...

Obrigado, Luciana! Tentei deixar uma mensagem no seu blog, fiz uma lambança, mas acho que não consegui. Obrigado pelo link! Aliás, acho que seu blog está de layout novo, não está?, e está ótimo.
Um abraço!