“Não aponte o dedo para Benazir Bhutto, seu puto. Ela está de luto pela morte do pai.”
A primeira vez que ouvi sobre a ex-premiére paquistanesa Benazir Bhutto foi quando ouvi a música de Chico César, cujo trecho é citado acima. Uma música linda, de frêmito africano, com mescla de ritmos de música clássica, como sugere o som do bandolim, e de música pop, com releituras de clássicos brasileiros, ao fundo, de leve. E por ser assim, encantadora, que nos convida a entrar na dança, a cair no frenesi do ritmo, a entrar mesmo em transe, a música me fez perguntar quem seria Benazir.
Fui à Biblioteca, pesquisei por assunto, e nada. Não conhecia nenhum título que falasse da mulher, aliás, só sabia que era mulher por causa do pronome pessoal feminino na letra da canção. Entrei na internet, e nada, em Português. Joguei frases em inglês para achar alguma coisa, e encontrei parcos textos referentes a Benazir Bhutto, que teve pai assassinado na década de 70 e irmão idem, e que teria sido primeira-ministra do Paquistão por duas vezes, e por duas vezes teria sido destituída do cargo, sob acusação de corrupção.
Mas a Benazir da música continuou a soar em mim com mais força, retumbante. E ainda ouço Chico César, até hoje sem saber porque ele falou dela numa música nitidamente afro-brasileira, linda na expressão, mais bela ainda na melodia.
Na quinta-feira, dia 18 de outubro, não é que vi pela primeira vez uma notícia quente sobre Benazir Butho? Voltando a seu país, após seis anos de exílio voluntário numa nação da Europa. Voltando, foi recebida em meio a estrondos de ovações e bombas, que mataram – as bombas, claro – 139 pessoas.
Seja lá por que motivo Chico César falara de Benazir Bhutto, sua canção ainda ecoa, ainda é atual, ao dizer que não se aponte o dedo para Benazir Bhutto, porque nunca na história desse país, ela esteve tão assustadoramente de luto pela morte de paquistaneses. País que não conheço, mas pelo qual sinto, e sinto muito – no compromisso com o humano, e contra a bestialidade, seja lá de que lado este mal esteja, não importando de onde venha – pelo coro da violência, que é a mesma, no Rio, em São Paulo, Bagdá, Jerusalém, ou Lahore. Sinto muito. Mas, “o olho que existe é o que vê”, eu sei.
A primeira vez que ouvi sobre a ex-premiére paquistanesa Benazir Bhutto foi quando ouvi a música de Chico César, cujo trecho é citado acima. Uma música linda, de frêmito africano, com mescla de ritmos de música clássica, como sugere o som do bandolim, e de música pop, com releituras de clássicos brasileiros, ao fundo, de leve. E por ser assim, encantadora, que nos convida a entrar na dança, a cair no frenesi do ritmo, a entrar mesmo em transe, a música me fez perguntar quem seria Benazir.
Fui à Biblioteca, pesquisei por assunto, e nada. Não conhecia nenhum título que falasse da mulher, aliás, só sabia que era mulher por causa do pronome pessoal feminino na letra da canção. Entrei na internet, e nada, em Português. Joguei frases em inglês para achar alguma coisa, e encontrei parcos textos referentes a Benazir Bhutto, que teve pai assassinado na década de 70 e irmão idem, e que teria sido primeira-ministra do Paquistão por duas vezes, e por duas vezes teria sido destituída do cargo, sob acusação de corrupção.
Mas a Benazir da música continuou a soar em mim com mais força, retumbante. E ainda ouço Chico César, até hoje sem saber porque ele falou dela numa música nitidamente afro-brasileira, linda na expressão, mais bela ainda na melodia.
Na quinta-feira, dia 18 de outubro, não é que vi pela primeira vez uma notícia quente sobre Benazir Butho? Voltando a seu país, após seis anos de exílio voluntário numa nação da Europa. Voltando, foi recebida em meio a estrondos de ovações e bombas, que mataram – as bombas, claro – 139 pessoas.
Seja lá por que motivo Chico César falara de Benazir Bhutto, sua canção ainda ecoa, ainda é atual, ao dizer que não se aponte o dedo para Benazir Bhutto, porque nunca na história desse país, ela esteve tão assustadoramente de luto pela morte de paquistaneses. País que não conheço, mas pelo qual sinto, e sinto muito – no compromisso com o humano, e contra a bestialidade, seja lá de que lado este mal esteja, não importando de onde venha – pelo coro da violência, que é a mesma, no Rio, em São Paulo, Bagdá, Jerusalém, ou Lahore. Sinto muito. Mas, “o olho que existe é o que vê”, eu sei.