“Take me now baby here as I am/ pull me close, try and understand/ desire is hunger is the fire I breathe/ love is a banquet on which we feed.” Esta é a canção de Patti Smith que não me sai da cabeça já há alguns dias.
Alguém pode dizer que é a mais batida das canções de Patti, e é. Mas esse alguém também tem de reconhecer que a música tem lá sua pegada poética, uma sonoridade na letra que ecoa na própria melodia. Aliás, o verso "Love is a banquet on which we feed" (O amor é um banquete do qual nos alimentamos) relê Platão.
Por isso mesmo é a que mais me pega agora, porque Patti, leitora de Rimbaud e dos beats, fã de Bob Dylan quando saiu de New Jersey para Nova York, é cria da cultura punk. Os punks nos deram simplicidade e atitude na música.
No caso desta, o solo de piano é um chuvisco à noite. A noite que se abre aos amantes (da música, da vida), enfim. Mas o que me fez lembrar a poeta, cantora e compositora Patti foi seu livro Só garotos (Companhia das Letras, 2010, 240 páginas) e sua entrevista com Jorge Pontual na Globo News, na segunda-feira, 14. O livro fala de sua relação com Robert Maplethorpe, um de seus amigos e amores.
É só uma lembrança. Conheço algumas músicas de Patti, mas não estou imerso nessa cultura, sou um voyeur apenas. Provavelmente não vou ler o livro dela, porque não vou comprar (sairei perdendo, talvez). Se o encontrasse em alguma biblioteca, o leria por ali. São tantas leituras que ficam pelo caminho, à espera, como nós mesmos.
2 comentários:
Sinceramente, vai sair perdendo mesmo. Estou lendo e estou curtindo de montão, mesmo não sendo fã da Patti cantora. Quanto à Patti escritora, uma surpresa muito agradável (que bom, li que vem mais trabalho literário dela por aí!). Mas concordo contigo, são muitas as leituras que ficam pelo caminho...abraçOM, paulo
Já estou sentindo a perda dessa leitura, Paulo, rs. Abraço!
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