O deputado estadual do Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, quer propor um projeto de lei que torne Patrimônio Cultural o uniforme preto do Batalhão de Operações Especiais carioca, o famigerado Bope, e a caveira que é o símbolo do batalhão. Caveira e uniforme da polícia como patrimônio cultural? Só se for pelo cultivo da violência!
De acordo com o deputado, ele está atendendo a um pedido dos praças do BOPE, que estão apreensivos pela possibilidade de a farda ser trocada. “E isso mexe com o ego deles”, diz o deputado. Só não entendi o que o ego da polícia militar tem a ver com cultura. Mais ainda, que relação a caveira e a farda militar podem ter com patrimônios culturais? Não sei.
Qualquer farda militar simboliza o monopólio legítimo da força e da violência. Na melhor das hipóteses, trata-se do símbolo da segurança pública, da segurança nacional, ou qualquer coisa do gênero. E quando se trata de fardas de batalhões especiais, o melhor símbolo para elas é o da truculência policial, não apenas contra bandido, mas contra pobre, preto ou todo e qualquer favelado, qualquer cidadão de bem que more na periferia e passe pela frente de uma dessas truculentas viaturas. Enquanto permanece no terreno marcial, a dicussão passa por outros crivos, mas atrelar isso a valores culturais é mergulhar nos piores momentos da barbárie.
A notícia foi publicada na Folha de São Paulo, no dia 20 de fevereiro. Segundo o diretor do filme Tropa de Elite, José Padilha, entrevistado pelo jornal, “afirmar o símbolo [caveira] como patrimônio cultural é aceitar a derrota da segurança pública.”
De acordo com o deputado, ele está atendendo a um pedido dos praças do BOPE, que estão apreensivos pela possibilidade de a farda ser trocada. “E isso mexe com o ego deles”, diz o deputado. Só não entendi o que o ego da polícia militar tem a ver com cultura. Mais ainda, que relação a caveira e a farda militar podem ter com patrimônios culturais? Não sei.
Qualquer farda militar simboliza o monopólio legítimo da força e da violência. Na melhor das hipóteses, trata-se do símbolo da segurança pública, da segurança nacional, ou qualquer coisa do gênero. E quando se trata de fardas de batalhões especiais, o melhor símbolo para elas é o da truculência policial, não apenas contra bandido, mas contra pobre, preto ou todo e qualquer favelado, qualquer cidadão de bem que more na periferia e passe pela frente de uma dessas truculentas viaturas. Enquanto permanece no terreno marcial, a dicussão passa por outros crivos, mas atrelar isso a valores culturais é mergulhar nos piores momentos da barbárie.
A notícia foi publicada na Folha de São Paulo, no dia 20 de fevereiro. Segundo o diretor do filme Tropa de Elite, José Padilha, entrevistado pelo jornal, “afirmar o símbolo [caveira] como patrimônio cultural é aceitar a derrota da segurança pública.”
Um comentário:
Patrimônio Cultural conjunto de bens, materiais ou imateriais, que, pelo seu valor próprio, devam ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura de um povo. Concordo com você Gilberto e também fico me perguntando, que valor tem o uniforme do Bope para nossa cultura? Seria o valor de impor respeito através da dissiminação do medo e da violência, uma forma de reforçar o símbolo do terror e da morte, como você mesmo disse não só para os bandidos e traficantes, mas também para todos os cidadãos de bem. Pior é quando o deputado tenta justificar a lei, dizendo que a farda preta é um mito para eles, e a afirmação de que esses “policiais” se sentem melhor e mais respeitados, reverenciando a violência. É assustador perceber que esses “políticos” e “policiais” que deveriam nós representar e proteger tem a idéia tão deturpada do que é valor, identidade e respeito. Salve-nos!!!
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