Devaneio é a palavra que indica o mergulho na loucura em pleno sol da razão. É o desvario, o breve desvio da rota no rio da sanidade. É uma palavra bela, tão bela quanto a arte e, em sua essência, tão inútil quanto escrever um poema, ou esculpir o mármore. Mas é o efeito que importa. Neste caso, quem devaneia faz sorrir a alma, porque não há devaneio sem alegria, sem o prazer de ver-se livre dos compromissos opressores da vida em tino.
Devanear é sonhar acordado, é sonhar durante o dia. Em inglês chama-se daydreaming. O que mais encanta nesta palavra é sua amarra com o que há de livre, solto como um vão. Aliás, sua etimologia vem da raiz “vani”, a mesma que preenche o significado de vaidade, ou seja, o que é vão, oco, sem serventia. Um homem vaidoso é um sujeito mergulhado no vão da vida. Está, portanto, em decadência, mas ao mesmo tempo, na delícia da queda, sentindo o friozinho evanescente do flutuar no espaço.
Devanear é sonhar acordado, é sonhar durante o dia. Em inglês chama-se daydreaming. O que mais encanta nesta palavra é sua amarra com o que há de livre, solto como um vão. Aliás, sua etimologia vem da raiz “vani”, a mesma que preenche o significado de vaidade, ou seja, o que é vão, oco, sem serventia. Um homem vaidoso é um sujeito mergulhado no vão da vida. Está, portanto, em decadência, mas ao mesmo tempo, na delícia da queda, sentindo o friozinho evanescente do flutuar no espaço.
O artista é vaidoso, é livre, é louco. Mas dono de uma loucura tão apropriada à vida, que em vez de ausente, alienado, faz-se presente, consagrado. É o devaneio em sua plena beleza.
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