terça-feira, 3 de novembro de 2009

DA ARTE, DA LEITURA, DA NATUREZA

“Todo leitor é alguém que deseja ser diferente”, diz Assis Brasil. Toda leitura nos faz diferentes, ainda que seja por uma palavra captada no meio de um livro de 800 páginas.

Seguindo o raciocínio, ninguém lê um livro do mesmo jeito, ainda que haja tangências importantes e necessárias de uma leitura para a outra, assim como ninguém vive a vida do outro, mesmo que tente, mesmo que seja numa representação, como no cinema ou no teatro.

Aliás, nem a própria pessoa é capaz de representar a si mesma totalmente, com toda a carga de sentimentos que tivera outrora, demonstrando as sutis linhas do rosto feitas na manifestação natural de um segredo que quis emergir, por exemplo. Jamais. Cada um de nós é uma obra de arte da Natureza.

Eis o nosso caráter de unicidade. Uma obra de arte em constante realização, até a morte, até o pó, ainda na memória do outro, até a morte do outro, o pó do outro. É essa unicidade que não nos deixa ser iguais.

Nenhum comentário: