“... Num desfile, à tarde, pela horrível rua Marechal Floriano, da gente que volta para os subúrbios, perpassam todas as degenerescências, todas as formas e más formas humanas – todas, menos a normal. Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português da maneira mais terrível – amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde. (...) Como concertar [sic] essa gente? Como sermos gente no concerto dos povos? Que problemas terríveis o pobre negro da África nos criou aqui na sua inconsciente vingança!”
Carta do puríssimo Monteiro Lobato, do começo de 1900. Texto publicado em A vida Literária no Brasil – 1900 (José Olympio, 1975), de Brito Broca. Trecho reproduzido no livro Abdias Nascimento: o griot e as muralhas.
Carta do puríssimo Monteiro Lobato, do começo de 1900. Texto publicado em A vida Literária no Brasil – 1900 (José Olympio, 1975), de Brito Broca. Trecho reproduzido no livro Abdias Nascimento: o griot e as muralhas.
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