“Nesse país que ninguém lê, quem te lê?”
Antonio Abujamra, em Provocações, pergunta para Modesto Carone Netto
Ela não vive no mundo medieval, nem está com o pé nos anos setenta – marco da cultura pop –, mas se chama Laura, esta moça que assina L.C., Laura, como a musa de Petrarca e a mãe de Roberto Carlos, como tantas outras mulheres e personagens.
Allegro moderato: entre Vivaldi e Bach. No contraponto de tudo isso, corre em suas veias alguma poesia, que talvez nem ela mesma queira ver, mas, outra contradição, talvez planeje fazê-lo, optando, no entanto, pela prosa quântica, seguindo o curso do drama para o criar poético: proesia.
Além de cinéfila, do tipo que gosta de Livro de cabeceira, cultiva o espírito da boa música e da literatura, da literatura que traz, no mínimo, o prazer da leitura.
Já estudou filosofia e entrou para as estatísticas – como ela mesma lembra num post de seu blog (acesse aqui) – com a monografia As figuras de alteridade em Antonin Artaud.
Está sempre por aqui, deixando comentários mínimos. Mas também estou sempre por lá, tentando entendê-la, às vezes. Embora quase sempre o que faço seja absorver os tragos da poeticidade de seus posts, como em “pregada”:
“caminho enferrujada, não sem prazer, com muitos pregos no meu pé.”
Carrega consigo sempre um ar blaisé, um olhar de desinteresse, fingido, claro. Seu interesse pela vida é intenso. E quer demonstrar isso. Mas o faz com parcimônia, com a sutileza dos felinos.
Em seu blog, razão deste post, à semelhança de e. c. cumming, ela escreve em caixa baixa (minúsculas), sempre. Escreve textos micros, mas, como se procurasse, e talvez procure, o modo superlativo nas situações cotidianas.
Em “band-aid”, ela diz:
“aprender a fazer curativos sozinha, depois o amor e as letras, que primeiro sejam curadas as feridas.”
Em “beatles way of life”, lamenta:
"no supermercado um casal de velhinhos e o domingo.
na prateleira da seção de laticínios um pensamento perdido.
eu envelheceria ao teu lado. éramos nós e viveríamos uma linda história.
enfrentaríamos males e contas. financiaríamos a casa e os sonhos.
não fosse o resto.
resta apenas o carrinho vazio.”
Sendo fugaz, vindo no átimo do querer voltar para repensar tudo, refazer tudo, remoer cada canto da vida, ajeitar na alma cada átomo, Laura está no olho da contemporaneidade, que é sempre tudo e nada. Seu blog é para todos e para ninguém.
Mas, ainda assim, e ainda que não queira, talvez o nome revele versos trazidos pelos ventos no tempo. Poeiras. Talvez apenas alguns versos tenham cravado em mínimos grãos de palavras a intenção de seu nome. Ninguém se livra da intencionalidade do nome que tem.
Para quem se interessar, acesse o blog Superlativa (ou http://www.pbdesinteressante.blogspot.com/).
Ela não vive no mundo medieval, nem está com o pé nos anos setenta – marco da cultura pop –, mas se chama Laura, esta moça que assina L.C., Laura, como a musa de Petrarca e a mãe de Roberto Carlos, como tantas outras mulheres e personagens.
Allegro moderato: entre Vivaldi e Bach. No contraponto de tudo isso, corre em suas veias alguma poesia, que talvez nem ela mesma queira ver, mas, outra contradição, talvez planeje fazê-lo, optando, no entanto, pela prosa quântica, seguindo o curso do drama para o criar poético: proesia.
Além de cinéfila, do tipo que gosta de Livro de cabeceira, cultiva o espírito da boa música e da literatura, da literatura que traz, no mínimo, o prazer da leitura.
Já estudou filosofia e entrou para as estatísticas – como ela mesma lembra num post de seu blog (acesse aqui) – com a monografia As figuras de alteridade em Antonin Artaud.
Está sempre por aqui, deixando comentários mínimos. Mas também estou sempre por lá, tentando entendê-la, às vezes. Embora quase sempre o que faço seja absorver os tragos da poeticidade de seus posts, como em “pregada”:
“caminho enferrujada, não sem prazer, com muitos pregos no meu pé.”
Carrega consigo sempre um ar blaisé, um olhar de desinteresse, fingido, claro. Seu interesse pela vida é intenso. E quer demonstrar isso. Mas o faz com parcimônia, com a sutileza dos felinos.
Em seu blog, razão deste post, à semelhança de e. c. cumming, ela escreve em caixa baixa (minúsculas), sempre. Escreve textos micros, mas, como se procurasse, e talvez procure, o modo superlativo nas situações cotidianas.
Em “band-aid”, ela diz:
“aprender a fazer curativos sozinha, depois o amor e as letras, que primeiro sejam curadas as feridas.”
Em “beatles way of life”, lamenta:
"no supermercado um casal de velhinhos e o domingo.
na prateleira da seção de laticínios um pensamento perdido.
eu envelheceria ao teu lado. éramos nós e viveríamos uma linda história.
enfrentaríamos males e contas. financiaríamos a casa e os sonhos.
não fosse o resto.
resta apenas o carrinho vazio.”
Sendo fugaz, vindo no átimo do querer voltar para repensar tudo, refazer tudo, remoer cada canto da vida, ajeitar na alma cada átomo, Laura está no olho da contemporaneidade, que é sempre tudo e nada. Seu blog é para todos e para ninguém.
Mas, ainda assim, e ainda que não queira, talvez o nome revele versos trazidos pelos ventos no tempo. Poeiras. Talvez apenas alguns versos tenham cravado em mínimos grãos de palavras a intenção de seu nome. Ninguém se livra da intencionalidade do nome que tem.
Para quem se interessar, acesse o blog Superlativa (ou http://www.pbdesinteressante.blogspot.com/).
2 comentários:
Boa apresentação, Giba!
Obrigado, Lúcio!
Postar um comentário