Cena de Ela, com Joaquin Phoenix no papel principal
Fernando
Meirelles listou para a iTunes Store dez filmes com personagens incríveis e
explicou (ou tentou explicar) “por que cada um deles é uma experiência única da
sétima arte.” Eis uma lista de cinéfilo.
Birdman (2014), de Alejandro G. Iñarrítu (México,
filme com extraordinário elenco americano, rodado em inglês)
Pela
técnica apurada de fazer parecer um único plano sequência, “o mais
impressionante que se viu. Um plano criado para falar sobre fama, sobre ego e
sobre um certo cinismo dos nossos tempos.”
Além da linha vermelha (1998), de Terrence Malick (EUA)
“Um
filme de guerra que não fala de guerra, mas do que está por trás da guerra. Um
filme que tenta entender de onde vem o mal.”
O escafandro e a borboleta (2008), de Julian Schnabel (EUA)
O
filme conta a história real de Jean-Dominique Bauby, jornalista francês que, ao
sofrer um acidente cerebral, em 1995, e passar 20 dias em coma, acordou sem
movimento nenhum no corpo e descobriu que era portador de uma doença rara,
conhecida como síndrome de locked-in (encarceramento), que permite o paciente
mover apenas a pálpebra do olho esquerdo. Piscando apenas uma das pálpebras,
ele conseguiu escrever um livro, O escafandro e a borboleta, que virou o filme
de Schnabel, artista plástico que deu um tom maravilhoso para as cenas do filme.
“É brilhante!”, diz Meirelles. O personagem também é brilhante, com soluções
incríveis para vida dele, escreveu um livro estupendo. (Leia resenha)
A grande beleza (2013), de Paolo Sorrentino (Itália)
“Tragicomédia
sobre os ricos ociosos da Itália (...). Filme sensual, estranho e triste (...).
Filme para deixar rolar e mergulhar sem ansiedade de querer chegar a algum
lugar. Mereceu todos os prêmios que recebeu.”
A onda (2008), de Dennis Gansel (Alemanha)
“Ah,
se as escolas fossem assim! Em sua aula sobre autoritarismo, o professor Wenger
ouve dos seus alunos que a Alemanha jamais cairia no mesmo erro ao olharem para
trás e saber o que sabem hoje. O professor organiza então uma espécie de clube
no qual quase todos seus alunos vão entrando. Aos poucos, a classe vai
compreendendo que caiu na mesma armadilha que levou a Alemanha ao Nazismo. Os
mecanismos deste processo estão todos ali. Lembrei de A onda ao ver recentemente
cartazes pedindo a volta dos militares (ao poder) no Brasil. Até que ponta a
história nos ensina?”
Latitudes (2014), de Felipe Braga (Brasil)
Filme
brasileiro, com Alice Braga e Daniel de Oliveira, sobre um fotógrafo que tem
oito encontros amorosos com uma editora de moda em oito lugares diferentes. “O
que o filme tem de extraordinário é ter sido rodado como uma série para
internet, depois virou série para a TV e, finalmente, este longa com alto valor
de produção.”
O homem duplicado (2013), de Denis Villeneuve (Canadá)
“Esta
adaptação de uma história de José Saramago é a prova de que com quase nenhum
orçamento é possível fazer um grande filme quando se tem um bom roteiro e um
excelente ator (Jake Gyllenhaal).”
Boogie nights: prazer sem limites (1997), de Paul Thomas Anderson (EUA)
“Apesar
de ele contar a história de um lavador de pratos bem equipado que vira astro do
cinema pornô, pode-se dizer que este é um filme sobre uma família (...). Fama,
inveja, sexo e dinheiro são elementos comuns em filme e, estão todos lá. nada
disso é fora da casinha. O inusitado é conhecer um pouco o lado de dentro desta
indústria e, principalmente, a maneira como este diretor, este, sim, fora da
casinha (genial), conta suas histórias.”
Azul é a cor mais quente (2013), de Abdellatif Kechiche (tunisiano
francófono)
“O
filme é pura nitroglicerina (...). Apesar da busca desenfreada pelo prazer, o
que fica é a delicada história da descoberta dos sentimentos pela jovem Adele.”
Ela (2014), de Spike Jonze (EUA)
História
de um homem que se apaixona pela voz de uma secretaria eletrônica. A diferença
é que o homem é o ator Joaquin Phoenix e a voz é de Scarlett Johansson. “Este
filme fala sobre a capacidade de as máquinas aprenderem, mas numa área onde os
humanos ainda acreditam serem imbatíveis, o sentimento e a capacidade de amar.
Máquinas poderão sentir? Desconcertante por ser real e por estar mais próximo
do que imaginamos.”
Para
fechar, um trecho da abertura do texto de apresentação que diz: “Uma das marcas
de um bom filme é se lançar além do seu enredo imediato e entregar algo mais ao
espectador: uma ideia, um sentimento, uma contemplação.”
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