terça-feira, 19 de março de 2013

Estilo Tardio, de Edward Said, uma dica de leitura



O escritor árabe Edward Said nasceu em Jerusalém, em 1935, e faleceu em 2003, em Nova York, onde morava e lecionava na Universidade de Columbia. Ficou conhecido mundialmente com o livro Orientalismo, que mostra como a imagem do Oriente, principalmente do universo islâmico, foi construída pelo Ocidente.

Homem de muitas amizades e respeitado no meio da alta cultura, costumava brincar que era o último intelectual judeu, porque seguia as pegadas da filosofia de Theodor Adorno, pensador judeu da renomada Escola de Frankfurt. Foi deste que ele pescou o termo ‘estilo tardio’ para criar o conceito trabalhado no livro, que sai agora, postumamente.

Em Estilo tardio (Companhia das Letras, 2009), Said fala dos escritos de grandes autores quando estes estão se aproximando da morte e querem lutar, intimamente, para que o fim da vida não signifique o fim da obra que forjaram. Os textos, alguns inacabados, foram organizados pela viúva do autor, Miriam Said, e analisam poemas do grego Konstantinos Kaváfis, composições de Beethoven, o romance O Leopardo, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, entre outros.

Até textos de Adorno entram na análise deste livro leve, de exercício intelectual, mas escrito num estilo que também pode ser traduzido como tardio, não só pela incompletude de alguns artigos, mas pela consciência do autor de que também estava no fim da vida.

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