O escritor árabe Edward Said nasceu em Jerusalém,
em 1935, e faleceu em 2003, em Nova York, onde morava e lecionava na
Universidade de Columbia. Ficou
conhecido mundialmente com o livro Orientalismo, que mostra como a imagem do Oriente,
principalmente do universo islâmico, foi construída pelo Ocidente.
Homem de muitas amizades e respeitado no meio da
alta cultura, costumava brincar que era o último intelectual judeu, porque
seguia as pegadas da filosofia de Theodor Adorno, pensador judeu da renomada
Escola de Frankfurt. Foi deste que ele pescou o termo ‘estilo tardio’ para
criar o conceito trabalhado no livro, que sai agora, postumamente.
Em Estilo tardio (Companhia das Letras, 2009), Said
fala dos escritos de grandes autores quando estes estão se aproximando da morte
e querem lutar, intimamente, para que o fim da vida não signifique o fim da
obra que forjaram. Os textos, alguns inacabados, foram organizados pela viúva
do autor, Miriam Said, e analisam poemas do grego Konstantinos Kaváfis, composições
de Beethoven, o romance O Leopardo, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, entre
outros.
Até textos de Adorno entram na análise deste livro
leve, de exercício intelectual, mas escrito num estilo que também pode ser
traduzido como tardio, não só pela incompletude de alguns artigos, mas pela
consciência do autor de que também estava no fim da vida.
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