domingo, 10 de março de 2013

Marco Feliciano, um ícone do autoengano e da aversão



Marco Feliciano (foto - PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, acusa seus críticos de serem membros da sociedade da desinformação. Já ele mais parece fazer parte de uma sociedade sabedora, e bem informada, de um tipo medieval de intolerância e má fé.

Veste-se de cristão, e com estas vestes se sente no direito de excluir o outro, por ser negro, homossexual, indígena, por não comungar a mesma fé (que aliás ele distorce, usando e abusando de uma duvidosa homilética), por cultivar culturas de matrizes diferentes das suas, por cantar melodias e usar elementos ritualísticos no exercício da fé diferentes dos seus.

É preconceituoso, xenófobo, homofóbico, tacanho, desagregador, megalomaníaco em cima de circo de pulga, ignorante, desconhecedor de mil ramos da linguagem e das nuanças afetivas que servem de liga para a vida em sociedade, um sujeito mesquinho e tapado capaz de dizer nonsenses como este: “Até a palavra homossexual deveria ser abolida do dicionário, já que se nasce homem ou mulher”. É um tipo raro de imbecil que consegue ecoar bobagens voltaicas numa única sentença: “Índio nasce índio, não tem como mudar; negro nasce negro, não tem como mudar, mas quem nasce homossexual pode mudar.”

Ele usa uma espécie de filosofia do desencontro, religião do desgaste para que ele, o pastor, ele, o líder de espíritos mesquinhos ou pouco desenvolvidos, se sobressaia, crie um curral próprio. O homem moderno não precisa disso, não deveria precisar. Mas ele ainda encontra seu gado, suas ovelhas, um rebanho desinformado que cai na sua ladainha.

Marco Feliciano é a infeliz vítima de um autoengano, que quando se sente acuado, como está agora, usa de velhos clichês para se defender, como: "Não sou homofóbico, estou sendo mal interpretado. Peço apenas uma chance. Não fiz mal a ninguém e, se alguém acha que fiz, que me perdoe o mal-entendido."

Está sendo mal interpretado, não. Mal interpreta os códigos humanos. Ou pior, conduz seus guiados a mal interpretarem os códigos humanos, a acharem que há um mundo verdadeiro, que é uniforme e simétrico. Sente-se no direito de ofender o outro, de expurgá-lo, usando a ferramenta democrática da liberdade de expressão, com a falsa premissa de que se temos a liberdade de nos exprimir, então podemos falar qualquer bobagem, podemos falar disparates como “a aids é o câncer gay”.

E quando é contestado pelos ofendidos, se autodenomina uma vítima. A religião parece estar em crise, o que explicaria por que tanta gente de boa fé se deixa levar por sujeitinhos repugnantes como este senhor. Mas, sempre foi assim. O que muda são os tempos.

Para falar só de nosso quintal, a Igreja Católica já cometeu tanta barbaridade em nome de Deus, e agora parece ser a vez do protestantismo, mesmo nós estando em outros tempos. Ou talvez, por não ter a mesma longevidade daquela, este ainda não alcançou suas Cruzadas, seu direito maldito de matar, de criar uma inquisição em cada esquina. Uma lástima. Um cristão que lê a Bíblia, e sabe tirar de lá o alimento da alma e do respeito, não merece isso.

Um comentário:

Gilmayron Carvalho disse...

Cada nação tem o governo que merece.Em nossa sociedade estamos refém do que os outros podem pensar ou falar,logo se alguém pensa diferente de mim sou considerado anti-social.Gostar do meu próximo como pessoa é uma coisa agora concorda com suas práticas pecaminosas é outra.Vivemos uma sociedade em que expulsamos a Deus na hora da alegria,mas na hora da tristeza imputamos a Ele pelas nossa mazelas.A próposito meu amigo eu estava te procurando perdi seu fone me ligue 9351-5713 Claro , 8406-2838 Oi e 8245-2287 Tim.