quinta-feira, 29 de outubro de 2009

CONTRAMARGEM – II: Estudos de Literatura


A minha dupla atividade de poeta e de crítico me tem rendido, se não alguns trocados, pelo menos um e outro trocadilho, ou coisa que o valha. Se publico, por exemplo, um livro de poemas, encontro logo quem me ache mais crítico que poeta; e se no ano seguinte o livro é de crítica, a mesmíssima pessoa me telefona (ou escreve) para dizer que está agora inteiramente convencida de que sou muito mais poeta do que crítico. Mas, há, ainda, um outro tipo que não é nem terceiro excluído, nem o incluído, mas o concluído: para este, eu não sou nem uma coisa nem outra – sou etimologicamente neutro ou, então, um simples professor, quem sabe se o de filosofia de M. Jourdain?

“Eu, por mim, por dúvida das vias, vou continuando, teimoso, sem saber se sou mais ou se sou menos ou se sou apenas mais ou menos. Desconfio até que faço uma coisa pensando noutra, e vice-versa: na poesia, penso na crítica (melhor, na autocrítica); na crítica penso na poesia, assim como Drummond, na roça, pensava no elevador; e, no elevador, pensava na roça.

É com esse bem-humorado jogo de palavras que o crítico e poeta goiano Gilberto Mendonça Teles, da cidade de Bela Vista de Goiás, chama o leitor para seu Contramargem – II: Estudos de Literatura (UCG/Kelps, 2009, 532 páginas). Vale lembrar que este não é um segundo volume, é a segunda edição ampliada do primeiro Contramargem, lançado em 2003 pela editora PUC-RJ.

Dividido em quatro partes – A margem da crítica, A margem da poesia, A margem da ficção e A contramargem –, o livro é um achado de argumentação e informação literárias. Fica a dica.

3 comentários:

Wladimir Cazé disse...

Sem dúvida o autor de "Contramargens" busca a "terceira margem", nem lá nem cá...

Este blog é muito bacana. Parabéns.

Gilberto G. Pereira disse...

Obrigado pelo comentário, Wladimir, e por voltar ao blog, né!
Abraço!

Marcos Vinícius Almeida disse...

"A terceira Margem"... essa que não se pega, mas deve-se pegar.

abraços