Entre os anos de 2004 e 2006, foi realizado um programa de intercâmbio entre estudantes de graduação brasileiros, das universidades de São Paulo (USP) e Federal da Bahia (UFBA), e de pós-graduação norte-americanos, das universidades de Howard (Washington) e Vanderbilt (Tennessee), para estudar as relações sociais entre brancos, negros e mestiços.
O resultado foi o livro bilíngue Retratos e espelhos: raça e etnicidade no Brasil e nos Estados Unidos (FEA/USP, 2009), editado por dois alunos do programa, o brasileiro Vinicius Rodrigues Vieira e a norte-americana Jacquelyn Johnson.
Para quem prega a impossibilidade de se compararem as práticas do racismo no Brasil e nos Estados Unidos – para quem o faz, no entanto possui espírito democrático, isto é, sabe ouvir o outro –, esta é uma boa dica de leitura.
Para quem estuda ou pretende estudar o racismo, para quem sente-se vítima do preconceito racial ou vitimiza os outros sem se considerar racista (ou até se considerando), é um bom momento de se inteirar com o assunto, porque aqui, a conversa vem numa tentativa de compreender essas duas macroculturas, cujo retrato mostra a face corrosiva do racismo, cada uma a seu modo, mas sem anátemas.
Retratos e espelhos traz 21 artigos muito bem escritos sobre questões diretamente ligadas às situações de racismo que provocam a desigualdade social. O livro parte da premissa de que é necessário sair do foco unilateral das atuais discussões sobre as políticas de ações afirmativas, como as cotas nas universidades, para a realização de um debate mais amplo.
Neste sentido, o livro alcança seu fim. Aborda questões como o negro na TV, o negro na escola, os estereótipos que sustentam o preconceito racial, a importância da imprensa negra, além de apontar possíveis formas de combater as desigualdades, combatendo, portanto, as discriminações.
Entre os caminhos apontados estão o “ensino da cultura negra como estratégia de combate ao racismo”, a participação do terceiro setor, a “necessidade de ações pós-admissão universitária” etc.
Muitos dos trabalhos têm um viés histórico, já outros são pesquisas de campo que demonstram como determinadas práticas de discriminação são perpetuadas no seio da sociedade.
As razões porque Brasil e Estados Unidos se distanciam de suas práticas de racismo já são razoavelmente demonstradas e debatidas, como o fato de lá ter havido políticas de segregação racial e aqui não. Lá ter havido a incitação do ódio aberto, e aqui o cultivo do cinismo.
O resultado foi o livro bilíngue Retratos e espelhos: raça e etnicidade no Brasil e nos Estados Unidos (FEA/USP, 2009), editado por dois alunos do programa, o brasileiro Vinicius Rodrigues Vieira e a norte-americana Jacquelyn Johnson.
Para quem prega a impossibilidade de se compararem as práticas do racismo no Brasil e nos Estados Unidos – para quem o faz, no entanto possui espírito democrático, isto é, sabe ouvir o outro –, esta é uma boa dica de leitura.
Para quem estuda ou pretende estudar o racismo, para quem sente-se vítima do preconceito racial ou vitimiza os outros sem se considerar racista (ou até se considerando), é um bom momento de se inteirar com o assunto, porque aqui, a conversa vem numa tentativa de compreender essas duas macroculturas, cujo retrato mostra a face corrosiva do racismo, cada uma a seu modo, mas sem anátemas.
Retratos e espelhos traz 21 artigos muito bem escritos sobre questões diretamente ligadas às situações de racismo que provocam a desigualdade social. O livro parte da premissa de que é necessário sair do foco unilateral das atuais discussões sobre as políticas de ações afirmativas, como as cotas nas universidades, para a realização de um debate mais amplo.
Neste sentido, o livro alcança seu fim. Aborda questões como o negro na TV, o negro na escola, os estereótipos que sustentam o preconceito racial, a importância da imprensa negra, além de apontar possíveis formas de combater as desigualdades, combatendo, portanto, as discriminações.
Entre os caminhos apontados estão o “ensino da cultura negra como estratégia de combate ao racismo”, a participação do terceiro setor, a “necessidade de ações pós-admissão universitária” etc.
Muitos dos trabalhos têm um viés histórico, já outros são pesquisas de campo que demonstram como determinadas práticas de discriminação são perpetuadas no seio da sociedade.
As razões porque Brasil e Estados Unidos se distanciam de suas práticas de racismo já são razoavelmente demonstradas e debatidas, como o fato de lá ter havido políticas de segregação racial e aqui não. Lá ter havido a incitação do ódio aberto, e aqui o cultivo do cinismo.
No caso de Retratos e espelhos, o viés é outro. Traz exemplos de experiências aproximativas entre Brasil e Estados Unidos, com a vantagem de serem estudos recentes, com um olhar atual (sem perder o retrovisor da história) sobre o problema. Neste sentido, acende uma luz importante no debate, mostrando possíveis caminhos de como os dois países podem um olhar para o outro.
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