sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A GRANDE LIÇÃO DA LEITURA

Agência EFE/Divulgação
14ª Bienal do Rio. Ela ainda não alcança Adélia Prado, mas chegará lá. Do site de El País

Quem lê, uma das primeiras lições que aprende é a da solidão. Quem lê mais, penetra fundo nessa mata sempre virgem, sempre verde de silêncio. De vez em quando um caçador furtivo, um uivo, um grito estalam e ecoam nas frechas de luz da leitura.

A outra grande lição de quem lê, nem todos aprendem, é a de sair da solidão para ser sociável e ter e pedir complacência. Mas a dor da descoberta da leitura permanecerá. É dolorido ler um livro que ninguém leu e, portanto, não encontrar uma alma que compartilhe sua decepção ou contentamento.

Mesmo que a consciência aos berros nos indique que há milhões de livros, e que as pessoas procuram leituras diferentes, e que a margem de convergência, a intersecção, é mesmo mínima.

É verdade que com a internet essa sensação de caminhar sobre o Mar Vermelho solitariamente é menos intensa. Há sempre alguém que aparece para dividir a dor, ou criticar, ou agradecer a dica. Escrever em blogs pode ser uma maneira de não adoecer. Mas a leitura, apesar dos dois afiados gumes, ainda é o grande divã.

Outra maneira de não adoecer seria participando da 14ª Bienal do Livro (veja o blog da Bienal também), no Rio de Janeiro, que vai de 10 a 20 de setembro. Mas não posso viajar até lá, agora, para ver a floresta de livros. Fico na viagem pelos meus que chegaram, e pelos que existem na Biblioteca do Centro Cultural Marieta Telles Machado, em Goiânia, onde moro, onde vou voltar a estudar, ler mais, entrar e sair dessa solidão, sem medo.

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