sábado, 12 de abril de 2008

O COMUNICADOR DA SOLIDÃO

Ficçãozinha:

“Eles podem me reprimir, dizer que sou down, soturno e propagador do sentimento triste. Eles podem rir de minha melancolia, ou chorar, ou virar as costas, ou ir embora, ou fechar os olhos, mas nada – nem nunca – podem falar de minha habilidade para descrever a solidão. Eis o que sou, rasgo de ermo dentro da noite, filete de energia cósmica separado da corrente elétrica que faz o mundo girar.

Tenho minha própria corda. Tarzan galáctico. Homem só, que vive aberto ao que virá. Solidão não é encolher-se diante da vida, é estar pronto para ligar-se a tudo e a nada, a todos e a ninguém.

Não sei refletir sobre a alta filosofia, o profundo amanhecer das coisas. Não posso, nem devo descrever o dia. O sol da verdade brilha mais forte que minha sensatez, e por isso vivo no silêncio do ocaso, entre a vida e a morte, entre Deus e o diabo, absorvendo o mundo como quem come paçoca de amendoim. Acre-doce solidão.

..."

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