Ele até pode desdenhar a importância do Prêmio Nobel de Literatura, principalmente nos dias de hoje, em que a acusação de ser político demais, ofuscando o lugar da arte, tem sido a tônica dominante, mas Mario Vargas Llosa no fundo da alma deve estar feliz. Ele acaba de ser laureado. O que dirá no discurso?
Eu, de minha parte, como leitor, estou feliz à beça, mesmo desconfiando dele como pessoa, imaginando que talvez ele, como pessoa, seja arrogante ao transbordamento. Mas, como não vou conhecê-lo, a não ser por meio da literatura, assim como perdoo Borges pelo racismo, fico feliz.
Parabéns Llosa! É um baita prêmio. Não me venha fazer como Sartre. Você não é Sartre e sempre chorou as pitangas por Márquez ter chegado na sua frente. Vá lá, receber a grana e fazer um discurso à altura de suas letras.
3 comentários:
Oi, Gilberto
Li "Travessuras da menina má", do Mário Vargas Llosa, no começo de outubro. Com as coisas da faculdade p/ fazer, TCC, estágio... acabei me afastando um pouco da Literatura. Mas, por acaso, "cruzei" com esse livro na biblioteca do meu campus. Resolvi pegá-lo. Há tempos não sentia tanto prazer na leitura. História envolvente, personagens bem construídos e, talvez o que mais tenha me atraído, a visão de um latino-americano que passou a morar na França. O sentimento de não pertencer mais ao Peru e tampouco de ser um francês. Vale a pena conferir... ;)
Oi, Diene! É verdade. É um livro soberbo, uma refinada aventura do homem desenraizado. Também li, ainda no final de 2006, e também não consegui desgrudar do livro. Llosa tem uma organicidade incrível, uma técnica narrativa fabulosa.
Gilberto,
Tb não consegui desgrudar do livro! As idas e vindas da chilenita (que não era chilenita coisa nenhuma...), as vezes que ela deixa o Ricardito para trás... enfim.. impossível não se identificar, em algum momento, com aquelas situações/sentimentos.
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