quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Vem aí novo livro de Gabriel García Márquez




O jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira anuncia:

García Márquez lança livro no fim do mês

“O colombiano publica em 29 de outubro na América Latina e na Espanha seu novo livro, "Yo No Vengo a Decir un Discurso", seu mais recente título desde "Memórias de Minhas Putas Tristes" (2004). Trata-se de uma compilação de 22 discursos escritos por ele, para serem lidos em público.

Duas notinhas interessantes. A notícia chega justamente no dia em que seu desafeto, ex-amigo do peito, Llosa, ganha o Nobel. Outra coisa. Quem escreveu a nota e quem a revisou, inclusive o editor do caderno, enfim, não leram o livro de Márquez, ou leram mal, tão mal que nem mesmo o título se prendeu às cabeças interessantíssimas dos jornalistas da Folha.

É Memória de minhas putas tristes, o título, o que sugere outra ideia do que se passa no processo de reminiscências do narrador. É uma só lembrança entrecortada, um só feixe de luz, uma só memória, lançada sobre todas as putas tristes, todas elas seriam uma só? Acho que sim.

É claro que tudo isso é bronha literária, é bate-papo de botequim, mas o leitor pode, como sugestão, ler Viver para contar, autobiografia do velho Gabo, parte 1 (oxalá venha a dois). É uma grande aula e uma dica de como puxar o fio dessa memória.

O leitor verá que a mesma puta triste do último livro de Márquez, até agora, é também aquela presente em Cem anos de solidão, em Cândida Erendira (a própria), em Dozes contos peregrinos (o conto Maria dos Prazeres) e em O amor nos tempos do cólera, uma menina de seus 14 anos. Não as outras, que certamente também são tristes, pássaras da noite.

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