Foto: Gilberto G. Pereira
Dentro do livro O Deus Selvagem, de Al Alvarez, há uma epígrafe com o poema infantil inglês Um homem que vivia ativamente, na tradução de Sonia Moreira. Achei o poema curioso, bem sombriamente pitoresco, com uma mensagem sobre algo inexorável que ocorrerá a todos nós, a morte.
Por outro lado, e com outras palavras, ele lembra um pouco nossa parlenda “Hoje é domingo, pede cachimbo”, que também nos joga luz sobre a finitude das coisas e dos seres.
Um homem que vivia ativamente
“Um dia um homem que vivia ativamente
Cobriu o seu jardim de muita semente.
Quando a semente começou a dar rama
Era como um jardim cheio de grama.
Quando a grama começou a esparramar
Era como um barco lá no alto-mar.
Quando o barco começou a içar vela
Era como uma ave a fugir da panela.
Quando a ave começou a voar pro alto
Era como uma águia no céu cobalto.
Quando o céu começou a lançar trovão
Era como um leão atrás do portão.
Quando o portão começou a ser desfeito
Era como uma estaca a furar meu peito.
Quando o meu peito começou a tremer de aflição
Era como um punhal a rasgar meu coração.
Quando o meu coração começou a sangrar em jato
Era a morte e a morte e a morte de fato.”
(Tradução: Sonia Moreira)
There was a man a man indeed
(Poema popular infantil inglês)
“There was a man, a man indeed
Who sowed his garden full of seed.
When the seed began to grow,
`Twas like a garden full of snow.
When the snow began to fall,
Like birds it was upon the wall
When the birds began to fly,
`Twas like a shipwreck in the sky
When the sky began to crack,
`Twas like a stick upon my back
When my back began to smart,
`Twas like a penknife in my heart
When my heart began to bleed,
Then I was dead and dead indeed.”
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