quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Dez clássicos do cinema, segundo Fernando Meirelles

Marlon Brando em detalhe de uma cena clássica do filme de Francis Ford Coppola, O poderoso chefão: aula magna de cinema

Parafraseando Italo Calvino em Por que ler os clássicos, um clássico é uma obra que tem sempre algo novo a nos dizer, não importa o tempo que passe, nem quantas vezes lemos, ouvimos ou vemos. Não foi pensando neste princípio que Fernando Meirelles tirou da cartola suas recomendações de clássicos do cinema, mas é uma lista caprichada feita por ele para a iTunes Store.

Eu ia dizer que essa lista deixava claro a formação pregressa de Meirelles, ou seja, americana. Pois não há um Fellini, um Bergman, um Truffaut, um Kurozawa, um Scola, um Buñuel (O discreto charme da burguesia, por exemplo, nos diz muita coisa até hoje sobre  comportamento). Depois me lembrei que se trata de um serviço ligado a uma parceria (da O2 Play, distribuidora da O2 Filmes, com a própria iTunes Store), e que portanto, seu gosto, sua memória, sua curadoria está condicionada a um trabalho específico.

Mas não se trata de uma lista ruim, pelo contrário, é boa por demais. Em algumas dicas, ele é lacônico, como sobre Cidadão Kane: “Todo mundo tem de assistir a esse filme ao menos uma vez na vida. E ponto.” Em outras, explanou mais.



The warriors - os selvagens da noite (1979), de Walter Hill (EUA)
Embora ninguém o classificaria como clássico, entra em sua lista por considerá-lo um marco em sua vida de cinéfilo. Meirelles lembra que este filme o influenciou na decisão de fazer Cidade de Deus, que, aliás, já é um clássico do cinema brasileiro.

Banzé no Oeste (1974), de Mel Brooks (EUA),
Outra negação do clássico conceito de clássico é a inclusão deste filme. O cineasta brasileiro diz que não o reviu até hoje, “para evitar me decepcionar”, porque na sua cabeça é o filme mais engraçado que já viu. 

Uma rua chamada pecado (1951), de Elia Kazan (Turco naturalizado americano)
“Foi aqui que Marlon Brando virou Marlon Brando. Nesta adaptação do clássico de Tennessee Williams, a tensão sexual pode ser cortada com uma faca – de tão densa.”

Amor, sublime amor (West Side Story, de 1961), de Jerome Robbins e Robert Wise (EUA)
“Se você não gosta de musicais, como eu, vai rever seus conceitos depois de assistir a esta adaptação de Romeu e Julieta em Nova York.”

Lawrence da Arábia (1963), de David Lean (UK)
“Tem fotografia impressionante e um número de figurantes e produção que não se repete mais (já que hoje em dia tudo é eletrônico)”

Barry Lyndon (1975), de Stanley Kubrick (EUA),
“Kubrick sempre vale a pena.”

Help! The Beatles (1965), de Richard Lester (EUA/UK)
“Este filme envelheceu mal, é ingênuo, quase infantil. Mas são os Beatles! Quem não viu tem de ver.”

O poderoso chefão, a trilogia (1972, 1974 e 1990), de Francis Ford Coppola (EUA)
“Falar destes filmes é chover no molhado.”

Cidadão Kane (1941), de Orson Welles (EUA)
“Todo mundo tem de assistir a esse filme ao menos uma vez na vida. E ponto.”

Sem destino (Easy Rider, de 1969), de Dennis Hopper (EUA)
“Para entender a geração que mudou o mundo, quando ainda havia um mundo a ser descoberto. Hoje está tudo na internet.”


OBS: Quem tem Apple e quer verificar de perto as dicas de Meirelles, acesse o link: itunes.com/fmeirelles


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