Foi lançado nos Estados Unidos mais um livro de Philip Roth, que, sem surpresa, é apontado como um dos melhores de sua obra. Ou seja, é mais um que entra para a coleção de obras-primas do melhor escritor norte-americano vivo.
Em texto publicado no Caderno Mais!, da Folha de S. Paulo, o escritor irlandês John Banville, autor de O livro das provas, aponta Indignation (Indignação) como “o melhor romance de Roth desde O avesso da vida, de 1986.” Isso significa que, para Banville, Indignação é melhor do que livros como O teatro de Sabbath (1995), Pastoral Americana (1997) e Casei com um comunista (1998).
Obra-prima tardia
Não custa nada emendar um pequeno trecho da resenha de Banville:
“Desde O avesso da vida, Philip Roth publicou livros excelentes – talvez livros demais: ele é quase tão prolífico quanto John Updike –, mas nenhum com um desenho tão intricado, apaixonado e fascinante quanto este.
Roth recebeu grandes elogios por lamentos à moda do rei Lear em romances como Teatro de Sabbath e O animal agonizante, bem como, mais recentemente, por Homem comum e Fantasma sai de cena, nos quais a morte tem presença central.
Mas, em seu novo romance, retomou a graça e sutileza de trabalhos anteriores e produziu uma obra-prima tardia.
Não que Indignação esteja livre do toque de Tânatos, pressagiando morte e desgraça. Ainda que o protagonista de Roth, Markus ‘Markie’ Messner, tenha apenas 19 anos, em sua época já viu sangue suficiente para saciar a sede de vingança do mais furioso dos reis.
(...)
A história se passa em 1951 (...). Markie, um jovem de Nova Jersey, estudante aplicado, vem obtendo notas excelentes em uma pequena faculdade da região e espera escapar ao serviço militar. Mas seu pai, um açougueiro kosher, está ‘enlouquecido de preocupação pelo filho único e querido parecer tão despreparado para os perigos da vida quanto qualquer pessoa ao chegar à idade adulta, enlouquecido pela descoberta de que o seu menininho está crescendo.’” (Tradução de Paulo Migliacci).
O lado escuro da vida
A seção de notas da revista norte-americana The New Yorker também elogia o romance, comparando-o a O complexo de Portnoy, porém mais sombrio.
“Roth, misturando a rude exuberância de seus primeiros romances e o desencanto de seus livros mais recentes, demonstra, com sutil maestria, ‘o jeito incompreensível que nossas escolhas mais banais, incidentais, e até mesmo cômicas, alcançam o resultado mais desproporcional.”
Em texto publicado no Caderno Mais!, da Folha de S. Paulo, o escritor irlandês John Banville, autor de O livro das provas, aponta Indignation (Indignação) como “o melhor romance de Roth desde O avesso da vida, de 1986.” Isso significa que, para Banville, Indignação é melhor do que livros como O teatro de Sabbath (1995), Pastoral Americana (1997) e Casei com um comunista (1998).
Obra-prima tardia
Não custa nada emendar um pequeno trecho da resenha de Banville:
“Desde O avesso da vida, Philip Roth publicou livros excelentes – talvez livros demais: ele é quase tão prolífico quanto John Updike –, mas nenhum com um desenho tão intricado, apaixonado e fascinante quanto este.
Roth recebeu grandes elogios por lamentos à moda do rei Lear em romances como Teatro de Sabbath e O animal agonizante, bem como, mais recentemente, por Homem comum e Fantasma sai de cena, nos quais a morte tem presença central.
Mas, em seu novo romance, retomou a graça e sutileza de trabalhos anteriores e produziu uma obra-prima tardia.
Não que Indignação esteja livre do toque de Tânatos, pressagiando morte e desgraça. Ainda que o protagonista de Roth, Markus ‘Markie’ Messner, tenha apenas 19 anos, em sua época já viu sangue suficiente para saciar a sede de vingança do mais furioso dos reis.
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A história se passa em 1951 (...). Markie, um jovem de Nova Jersey, estudante aplicado, vem obtendo notas excelentes em uma pequena faculdade da região e espera escapar ao serviço militar. Mas seu pai, um açougueiro kosher, está ‘enlouquecido de preocupação pelo filho único e querido parecer tão despreparado para os perigos da vida quanto qualquer pessoa ao chegar à idade adulta, enlouquecido pela descoberta de que o seu menininho está crescendo.’” (Tradução de Paulo Migliacci).
O lado escuro da vida
A seção de notas da revista norte-americana The New Yorker também elogia o romance, comparando-o a O complexo de Portnoy, porém mais sombrio.
“Roth, misturando a rude exuberância de seus primeiros romances e o desencanto de seus livros mais recentes, demonstra, com sutil maestria, ‘o jeito incompreensível que nossas escolhas mais banais, incidentais, e até mesmo cômicas, alcançam o resultado mais desproporcional.”
Indignação ainda não foi lançado no Brasil. Mas os livros de Roth sempre são uma boa dica. É esperar para ler, e ler para degustar.