Lucas
Ferraz/Folhapress
Thomas Skidmore (foto) está com 80 anos de
idade, sofre do mal de Alzheimer em estágio inicial e de síndrome do pânico.
Está num asilo numa cidadezinha de 20 mil habitantes, no interior dos Estados
Unidos, sendo cuidado por enfermeiras. A família e alguns amigos vão visitá-lo
lá, no lugar que ele mesmo escolheu para passar os últimos anos de sua vida.
Em entrevista a Lucas Ferraz, na Folha de
S. Paulo de hoje, Skidmore diz que exercita a memória – que vai se apagando aos
poucos – se lembrando do Brasil. Também disse ao jornalista que ficou sabendo
do golpe militar de 1964 um dia antes, em 31 de março, com o então embaixador
americano Lincoln Gordon, coisa que ele não havia contado em seus livros, nem em seus diários.
Fico triste e comovido ao saber do estado
de saúde de um historiador que me ensinou a história do Brasil do século XX.
Tenho os livros de Skidmore, leio-os com frequência, e o respeito pelo zelo com
que tratou do assunto, a paixão e o vigor de pesquisa.
"Tudo o que escrevi não era uma
explicação ou interpretação minha, de gringo, mas de meus amigos brasileiros. Meu
conhecimento do país vem todo deles. Não é à toa que a amizade é uma das mais fortes
características do Brasil", disse o autor ao repórter, referindo-se a
amigos como “o cientista político Hélio Jaguaribe, o jornalista Francisco de
Assis Barbosa (1914-91), o advogado e político San Tiago Dantas (1911-64), além
do editor Fernando Gasparian (1930-06), do historiador Caio Prado Júnior
(1907-90) e do ex-deputado e jornalista Márcio Moreira Alves (1936-09).”
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