“Só escrevo para mim mesmo e para o meu prazer.” Apesar dessa confissão egoísta, o escritor J. D. Salinger deu ao mundo pop um livro valioso, O apanhador no campo de centeio, em que imortalizou o enjoadinho, irascível e sensível personagem adolescente Holden Caufield. Muita gente sentiu prazer e estranhamento lendo esse romance que influenciou mais gerações do que deveria.
Salinger publicou O apanhador no campo de centeio ainda jovem, aos 32, em 1951. Li o livro na casa dos vinte anos, com uma carga de leitura que não me permitiu apreciá-lo tanto, reconhecendo, no entanto, a razão estética de ele existir. O título do livro em inglês é The catcher in the rye. Mais tarde, Charles Bukowski, em 1982, viria a publicar Misto-quente, que em português não revela nada de alusivo, mas em inglês, Ham on rye, sim. Sou mais Bukowski, que era mais John Fante.
Agora, aos 91 anos, o recluso Salinger vem a falecer. Parte para uma reclusão particular ao extremo, a morte. O apanhador no campo de centeio vai continuar conquistando muitos. Eu, do meu lado, continuo achando Olhai os lírios do campo, de Érico Veríssimo, mais interessante.
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