sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Maura Lopes Cançado é relançada, finalmente



Chega às livrarias a obra completa de Maura Lopes Cançado, fora de catálogo há muito tempo. O que é uma boa notícia. São apenas dois livros, Hospício é Deus, em forma de diário, e a coletânea de contos O sofredor do ver, mas ambos considerados um marco da literatura brasileira pela originalidade, pela verve absoluta de uma grande escritora. Maura Lopes sofria de transtornos mentais e vivia internada em clínicas psiquiátricas.

Foi durante uma de suas internações no Hospital Gustavo Ridel, no Rio de Janeiro, que ela escreveu seu primeiro livro, Hospício é Deus. Na década de 1960, quando publicou os dois volumes, trabalhava no Jornal do Brasil, junto com nomes importantes das letras brasileiras, como Ferreira Gullar, Carlos Heitor Cony, e artistas plásticos como Amílcar de Castro.

Em Hospício é Deus, Maura diz coisas originalíssimas, a ponto de Assis Brasil dizer que se escrevesse em outro país, certamente seria reconhecida internacionalmente, e que seu acervo existencial é mais profundo que o de muitos escritores de ponta no Brasil, que se apegam a seus draminhas familiares (leia mais no texto Literatura e insanidade, de 2007).

Não li O sofredor do ver, porque era de difícil acesso, e terei a oportunidade de comentá-lo aqui, quando conseguir adquiri-lo com essa nova fornada.

Segundo a Autêntica Editora, que relançou a obra, “Maura Lopes Cançado nasceu em 27 de janeiro de 1929, em São Gonçalo do Abaeté, cidade do Noroeste de Minas, a quase 400 quilômetros de Belo Horizonte, numa tradicional família mineira. Aclamada como uma grande revelação da literatura brasileira em seu tempo, ela escreveu obras fortemente marcadas pela sua experiência como paciente de hospícios em Minas e no Rio de Janeiro. Foi interditada pela Justiça em 1974, depois de cometer um crime em uma clínica psiquiátrica. Morreu em 19 de dezembro de 1993, no Rio de Janeiro, sem nunca mais ter escrito um livro.”

2 comentários:

Revistacidadesol disse...

Oi, Giba, há quanto tempo!
Maura enfim voltou! abs!

Gilberto G. Pereira disse...

E aí, Lúcio! Quanto tempo messo, né, rapaz. Pois é, Maura voltou, finalmente. Quero comprar o Sofredor do Ver, mas ainda não me sobrou grana, rs. Abraço!